sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Ave Maria a cappella

Estava assistindo Missa numa igreja grande e lotada. No final da Comunhão, rolavam as clássicas músicas pop-litúrgicas com guitarra, teclado e uma dupla de cantores tipo huumm... meio sertanejo. Amplificadores potentes, caixas acústicas vibrando, som estridente, talvez no limiar do que as normas médicas ou as posturas municipais definem como máximo aceitável para o ouvido humano.

Como de costume, ninguém prestava muita atenção (muito menos cantavam junto), vários cochichavam com o vizinho, alguns com ar cansado olhavam discretamente o relógio (eram mais de 8h da noite).

De repente, Cesse tudo o que a Musa antiga canta / Que outro valor mais alto se alevanta. Uma única voz feminina irrompe, sem microfone, sem amplificador, sem um dedilhadinho de violão, sem nada, totalmente a cappella, com a Ave Maria de Gounod. Provavelmente porque estávamos no mês de maio. É uma música meio batida, a maioria dos presentes já a teria ouvido centenas de vezes, no rádio, em casamentos, interpretada por grandes divas, pelos 3 tenores, etc. Mesmo assim, o contraste era notável.

Silêncio absoluto, os irrequietos (*) ficaram paralisados, os olhares se fixaram, absolutamente todas as atenções foram captadas por 2 ou 3 minutos.

Como sempre acorre nessas situações, tornei a me perguntar: quem será que escolhe os cânticos da Missa? Respostas aos cuidados deste blog.

(*) graças ao corretor ortográfico (reconheço que sempre escrevi irriquieto)

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