quarta-feira, 7 de março de 2012

O futuro visto pelo Papa Bento XVI


Em 1969, o então professor de Teologia em Tubinga, Joseph Ratzinger escreveu:

A Igreja vai se tornar pequena e vai ter quase que recomeçar de novo.

Ela não será mais capaz de habitar muitos dos edifícios que construíu na prosperidade. Como o número de seus adeptos diminui... ela vai perder muitos de seus privilégios sociais... Como uma sociedade pequena, [a Igreja] irá demandar muito mais iniciativa individual dos seus membros...

Vai ser difícil para a Igreja, pois o processo de sedimentação e clarificação vai consumir uma energia valiosa. Isso a fará empobrecer e a tornará a Igreja dos mansos... O processo será longo e desgastante como foi o caminho do falso progressismo às vésperas da Revolução Francesa - quando um bispo poderia ser considerado esperto se fizesse piada sobre os dogmas e até insinuasse que a existência de Deus não era uma certeza...

Mas quando a dura prova desse crivo for superada, uma grande força brotará de uma Igreja mais espiritualizada e simplificada. Homens em um mundo totalmente planejado vão se sentir indizivelmente solitários. Se eles tiverem perdido completamente a Deus de vista, eles vão sentir o completo horror de sua pobreza. Em seguida, eles vão descobrir o pequeno rebanho de crentes como algo totalmente novo. Eles vão descobrir que uma esperança lhes é dada, uma resposta que estiveram procurando em segredo.

Estou seguro de que a Igreja está diante de momentos muito difíceis. A verdadeira crise mal começou. Podemos esperar terríveis convulsões. Mas estou igualmente certo sobre o que no final vai perdurar: não a Igreja do culto político, que já está morta, mas a Igreja da fé. Ela pode muito bem não ser o poder social dominante como foi até recentemente, mas ela vai desfrutar de um renovado florescimento e vai ser vista como a casa do homem, o local onde ele encontrará vida e esperança além da morte.

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