quinta-feira, 8 de março de 2012

O silêncio e a ação de graças


Todas as vezes que eu ia à Rodoviária do Rio, passava pela sede de um bloco de carnaval com o curioso nome de Vizinha Faladeira (veja no Google Maps). A síndrome de falar compulsivamente parece que se agrava diante de um microfone.

A Instrução Geral do Missal Romano indica: 
Também se deve guardar, nos momentos próprios, o silêncio sagrado, como parte da celebração. (...) depois da Comunhão, favorece a oração interior de louvor e ação de graças (45).
Com frequência, encerrada a comunhão, com o sacerdote já sentado em ação de graças, os músicos se empolgam e os cânticos seguem. Em umas das paróquias que frequento, é comum que um dos comentaristas se dirija ao microfone e faça uma espécie de longo sermão nesse momento. Não duvido da boa intenção do "pregador", mas é no mínimo curioso que alguém se julgue à altura e se autonomeie para uma função que exige muitos anos de estudo, o sacramento da Ordem, uma autorização do bispo, etc. Mas o jovem intrépido não se faz de rogado: "pense agora nos seus muitos pecados, nas vezes em que fechou seu coração....". Huhum... vou pensar, sim.

Só espero que não aconteça de alguma velhinha ranzinza um belo dia se revoltar e confrontar publicamente o autointitulado pregador: "quem você pensa que é para se dirigir a mim desta maneira?"

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