segunda-feira, 12 de março de 2012

Sacristia não é saguão de Rodoviária

Ir. Corwin Low (à dir.), com um amigo franciscano
praticando montanhismo na Califórnia
Bons achados da internet: Cantate Domino é o blog de um irmão dominicano, ex-engenheiro e autor de best-seller de informática. Segue trecho de um artigo intitulado Sacristia é para se rezar:

Muitas Sacristias parecem a Estação Rodoviária. E não deveriam. (...) Antes de cada Missa, o celebrante deve se paramentar com as vestes apropriadas. Antigamente, ele diria uma oração ao colocar cada peça. Em outras palavras, o sacerdote está se tornando in persona Christi (a pessoa de Cristo) mesmo antes do povo vê-lo na capela. E isso é o correto.

Já vi muitas vezes o padre passar pela Sacristia, pegar uma casula e lançá-la sobre a cabeça num só movimento e ir direto para o altar. Tudo bem, eu entendo que os sacerdotes têm o tempo apertado, mas trata-se do principal momento do seu ministério. Então, entrar na sacristia de forma condizente com o início da Missa deveria ser a norma e não a exceção. E se entendermos a Missa como uma longa oração, não é realmente um exagero. Da mesma forma, no final da Missa, a remoção das vestes é um momento de profunda reflexão sobre o que acabou de acontecer. Ter um tempo de contemplação é uma forma de fazer a transição entre alheio-ao-tempo e no-tempo.

Para se manter a sacralidade da Sacristia é preciso também certa consciência dos leigos. Eles não podem tratá-la como uma mera extensão do salão paroquial ou da secretaria. Embora pareça haver disponibilidade para uma perguntinha, talvez seja o momento menos adequado. A mente do sacerdote está na Missa (ou deveria estar). Então, uma pergunta provavelmente vai interromper sua contemplação. Isto significa que ou a sua pergunta vai ser ignorada ou a Missa. Pelo bem do povo, não deveria ser a Missa.

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