segunda-feira, 5 de março de 2012

Ver meu pai rezando me impressionava

Cardeal Thomas Collins, Arcebispo de Toronto
Trechos de sua recente entrevista ao La Stampa, logo após ter sido feito Cardeal (negritos e [comentários] meus):

(...) eu acho que a comédia é divina e a tragédia é pagã. O espírito alegre é fruto de estar em contato, de estar em paz consigo mesmo e com o Senhor. Você sabe, Agostinho estava certo: “Fizeste-nos para ti Senhor, e nosso coração está inquieto enquanto não descansar em ti”, e desse descanso vem a alegria.

Então esse espírito, o espírito de Deus, se reflete em um espírito alegre(...) penso em São Tomás Morus, um homem extremamente sério, sério sobre Deus e sério a respeito da sua fé, mas capaz de fazer gracejos no seu caminho para o cadafalso. Um elemento importante de sua capacidade de tocar os corações das pessoas através do dom da amizade era o seu espírito alegre, que mostrava que ele enxergava a vida com visão de conjunto. Acho que foi Chesterton que disse que os anjos podem voar porque encaram a vida com leveza...
Quando chegou a Cardeal (clique aqui para outras fotos)
[Comentando seu lema episcopal Deus adora (Apoc., 22,9), Adora a Deus ou Prostra-te diante de Deus] ...acho que é muito importante que na agitação da nossa vida tomemos tempo para a oração silenciosa todos os dias: quanto mais veloz a roda mais o eixo tem que estar firme. E isso parte da adoração, e da adoração vem a ação.

(...) quando jovem, muito me motivou a santidade de meu pai. Ele sofreu muito na vida. Era funcionário de um jornal e quando eu estava na 1 ª série, ficou muito doente (...) Lembro-me de que meu pai costumava me levar para a adoração, a adoração noturna, quando eu era um garotinho. Íamos apenas nós dois, caminhando juntos, ver meu pai rezando me impressionava[Belíssimo e tocante depoimento. Dá para imaginar a cena e os sentimentos recíprocos de pai e filho. Também se nota a sensibilidade de alma do narrador. Não foi uma frase do pai o que mais o marcou, mas uma imagem... Pais, pensem na responsabilidade de que seus filhos os VEJAM sinceramente piedosos]

Penso no Padre John Newstead, meu professor de colégio, que me pediu para ser padre! Ele sofreu muito, quando jovem, por problemas de saúde e sendo sacerdote, visitou os doentes dia após dia até quase o final da sua vida. Aquilo me impressionou como adolescente: eis uma pessoa realmente vivendo a sua fé, e ele era um homem alegre também. [novamente o exemplo. Segundo o Padre Antonio Vieira.A nossa alma rende-se muito mais pelos olhos, do que pelos ouvidos] Foi meu confessor e diretor espiritual desde que eu tinha 14 anos até que fui nomeado Arcebispo de Edmonton. [por 38 anos!]

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