domingo, 22 de abril de 2012

Exéquias não são canonização

No dia da morte de Pio XII, após assistir a Missa de exéquias, fiel reza o Terço na calçada
da Catedral de Westminster diante de um cartaz com a foto do Papa (Londres, 9 de outubro de 1958)

É natural que o sacerdote que pregue em uma cerimônia de exéquias queira ser amável e dizer coisas positivas sobre o falecido. Mas nem por isso deve deixar de mencionar questões importantes nessa hora.

Dom Francisco Pérez González, Arcebispo de Pamplona, Espanha, escreveu um artigo interessante sobre esse tema. Seguem trechos:

Na semana passada, recebi uma carta que mencionava expressões ouvidas em sermões fúnebres: nosso irmão morreu e ressuscitou ou  já está com Deus nos céus. O remetente me perguntava: são corretas essas frases, são católicas? E dizia que achava estranho que muitas vezes se agradecesse a Deus pelo falecido, mas poucas vezes se pedisse por ele, pela sua purificação final e pela sua salvação eterna (...)

- A morte e ressurreição não são simultâneas (...) São Paulo fala da segunda vinda de Cristo, a última e definitiva. Nesse momento se dará a ressurreição dos mortos, no último dia, na Parusia, o que certamente ainda não aconteceu (...)

Porque teremos de comparecer diante do tribunal de Cristo. Ali cada um receberá o que mereceu, conforme o bem ou o mal que tiver feito enquanto estava no corpo (2 Cor 5,10). Esta é a fé sempre confessada pela Igreja (...) Se nos esquecermos disso, esvaziaremos o sentido da Paixão e Morte de Cristo, que levou a sério os nossos pecados, e tornaremos vãs suas próprias palavras no Evangelho (cf. Mt 25,31-46).

- O Purgatório existe, graças a Deus. E digo graças a Deus porque muitos vamos necessitar dele, se pela misericórdia de Deus morrermos na sua amizade, mas ainda necessitados de purificação. "Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não de todo purificados, embora seguros da sua salvação eterna, sofrem depois da morte uma purificação, a fim de obterem a santidade necessária para entrar na alegria do céu."(Catecismo, n. 1030) (...)

- Devemos oferecer sufrágios pelas benditas almas do purgatório. (...) isso é algo que o povo cristão sempre entendeu perfeitamente, e agora não devemos escondê-lo. A união dos batizados em Cristo é tão forte que nem mesmo a morte pode rompê-la. Portanto, nossas orações continuam a beneficiar os irmãos que ainda estão na purificação do purgatório (purificatório), da mesma forma que eles intercedem por nós. Não é pequeno o conforto que quem perdeu um ente querido pode encontrar nesta verdade.

(...) Ter a ousadia de comunicar a verdade aos nossos irmãos é a ação que melhor expressa o amor e o respeito que temos por eles.

(negritos nossos, clique aqui para ler a íntegra do artigo)

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